Design commodity

Como a velocidade está afetando a criatividade.

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O Design virou Commodity? Ou, como a velocidade dos tempos está afetando a criatividade.

Vivemos tempos incríveis, e por INCRÍVEL – podemos entender muitos significados e formas de expressão. Tanto pode ser algo magnífico e fabuloso, como pode ser visto como algo espantoso ou extraordinário. E por vivermos nessa espiral maluca de informações, referências e exigências, tenho certeza que, quando alguém conseguir parar e observar o que estamos experimentando, fatalmente poderá dizer que eram momentos que beiravam a insanidade.

Céééérebrooo

Mas olhando pelo lado bom, a internet conseguiu transformar o mundo em um grande cérebro, e cada pessoa que contribui com seus “insights”, que corresponderiam as sinapses, faz do seu neurônio uma rede fantástica, que conecta todas as ideias, imagens e inspirações em segundos, transformando o conhecimento em algo exponencial como jamais imaginamos.

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Iluminados

Os grandes pensadores da antiguidade, como Leonardo da Vinci, ou mesmo ícones mais modernos como a celebrada escola Bauhaus, tinham poucas referências, o que fazia com que a criatividade tivesse de brotar de caminhos pouco habituais, como as ciências da natureza, química, astronomia, fazendo da figura do designer uma pessoa quase mágica.

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Vivendo de aparência

Hoje vivemos tempos de Instagram e Pinterest, e, embora alguns ainda tenham ferramentas e métodos para inspirar a criatividade, como o Design Thinking, a grande maioria segue as tendências fazendo girar a roleta das timelines das redes sociais, ou, se um pouco mais aplicados, criando uma boa pasta com bookmarks para sites que fazem uma curadoria de design, como o abduzeedo,  inspi ou inspirationde.

pois até o Pinterest, que um dia foi o queridinho dos criativos, hoje foi inundado por artes de péssima qualidade, links de afiliados, e ofertas bizarras.

Mais do mesmo

E quando você percebe que todos estão bebendo da mesma água, é hora de repensar a forma como você cria. Claro que é ótimo ter a mão centenas de imagens lindas, que podem gerar ótimas ideias, mas em um curto espaço de tempo o que parecia novo começa a se replicar, e passa a ser o óbvio. E não é apenas o Design que sofre com esse processo, em um artigo recente do Estadão PME, o Designer e Professor do Insper, Marcelo Nakagawa profetizava que o próprio processo de inovação tende a virar um commodity.

Arroz / Feijão

Pra quem não conhece o termo, Commodity é o tipo de mercadoria com baixo valor agregado, que não sofre processos de alteração, e por isso mesmo tende a ser um pouco pejorativo quando utilizado como adjetivo. A reflexão que brota disso é: Estamos fazendo algo realmente criativo? Ou estamos replicando a última tendência com pequenas diferenças?

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Design Made in Piauí

Há muito tempo se discute se existe um design intrinsecamente brasileiro. E esse assunto daria um ótimo próximo Blogpost! Então que tal ficarmos com essa lição de casa e, na próxima busca por inspiração, olhar para outros horizontes como o modernismo brasileiro de artistas como Tarsila do Amaral, a arte Marajoara, e, se tiver curiosidade, conheça a história do design no Brasil vista pelo olhar dos curadores do livro Design Brasileiro, editado pelo SESC e leitura obrigatória para quem trabalha com arte. Grande abraço e até a próxima!


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