Black Mirror

Black Mirror e o medo do amanhã

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Finalmente depois de uma temporada de curiosidade, consegui assistir ao (já velho) e badalado seriado da NetFlix, Black Mirror. Não se assuste com o fato de eu trabalhar com as últimas tendências de tecnologia e não ter assistido ao que era o assunto do momento até uns meses atrás, afinal o pai aqui vêm de outra geração, onde seriado se aguardava semana após semana, mais ou menos com a mesma euforia com que hoje aguardam uma nova temporada. Maratona não se relacionava com finais de semana enfiados em casa, muito pelo contrário, era uma metáfora para quando se conseguia aparecer em vários compromissos em um curto espaço de tempo.

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Fora da Série

São episódios únicos, (o que eu acho ótimo, pois particularmente odeio aguardar uma nova temporada pra saber o que vai acontecer, o que está mais para novela, não série), onde os hábeis roteiristas se utilizam de paradigmas do atual uso da tecnologia e de suas possíveis utilizações no futuro para gerar episódios incríveis e ao mesmo tempo intrigantes.

Episódios onde vemos cães robô caçadores, ou onde podemos editar nossas memórias, inclusive bloqueando lembranças e personagens, conversar com um bot que varre as interações de uma pessoa que já se foi e utiliza Inteligência Artificial para simular conversas, ou mesmo ter um clone que se pareça até em gestos com o ente querido.

Ou até falando de coisas mais fúteis, mas incrivelmente atemporais, como a mulher que é barrada em um casamento por não ter um número equivalente de aprovações, semelhantes aos atuais likes, para pode entrar no evento, (qualquer semelhança com o dress code adotado em muitas casas noturnas dos anos 80 e 90, e até hoje em alguns lugares mais frescos, é mera coincidência). Na China, por exemplo, a possibilidade de uma pessoa poder ou não viajar para o exterior hoje pode estar atrelada a um score semelhante, mostrando que a série vai muito além da ficção científica.

A Tecnologia quando chega a qualquer fração da nossa existência, sempre causa euforia e alguma cicatriz que só será entendida, quando nosso presente já for história. Tecnologia que fascina e facilita tanto nossa vida, mas que também acelera nossa existência, torna toda uma geração ansiosa, e que é tão bem explorada nos episódios da série.

Um presságio do que vem por ai

Inclusive esse ótimo artigo do blog observatório do cinema lista 8 coisas que vemos em episódios da série mas que já fazem parte do nosso cotidiano.

A lição que fica é que a tecnologia, por si só, não é heroína nem vilã, e sim o que fazemos dela, mas baseado na realidade atual, não é de se espantar que tantas pessoas tenham um pé atrás com a nossa relação com a tecnologia, em um futuro mais próximo do que podemos imaginar.


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